domingo, 30 de dezembro de 2012

A F. e a chegada dos irmãos

Já tinha escrito sobre a inquietação que os pais sentem quando vão ser pais de outra criança por aqui, mas até voltar a engravidar não estava ciente de que a pressão é, primeiramente, exercida pelo exterior (familiares, amigos, conhecidos...). Parece que, desde que anunciei a gravidez, quase todas as pessoas com quem me cruzo passaram a ter uma opinião sobre a melhor forma de ajudar a F. a lidar com os ciúmes provocados pela chegada dos irmãos. Acho que a informação é óptima e ainda bem que há muitos casais informados e que já passaram pela alegria de dar um irmão ou irmãos aos seus filhos. Mas, desde quando é que a chegada de um irmão é um evento traumático na vida dos nossos filhos?...
É stressante? Certamente. Implica reajustes na dinâmica/rotina familiar? Sem dúvida. Geralmente, é acompanhada por algumas regressões e ciúmes por parte do irmão mais velho? Sim. Mas, da mesma forma que o casal se adaptou à chegada de um novo membro, quando a primeira criança nasceu, a família agora existente também terá de adaptar-se à chegada do(s) novo(s) membro(s). Na verdade, só haveria uma forma de evitar que os nossos filhos passassem por estas questões: permanecerem filhos únicos. Mas, como não era esse o nosso desejo...
Esclarecendo algumas das perguntas colocadas:
- A F. já se apercebeu de alguma coisa?
Em primeiro lugar, a F. foi informada, muito antes da barriga ser visível, que vinha aí um bebé e a linha de diálogo sobre o assunto foi mantida (neste momento, sabe perfeitamente que a mãe tem dois bebés na barriga, que ainda vão demorar a chegar, porque ainda precisam crescer, e os nomes que escolhemos). É preciso recordar que as crianças são muito mais inteligentes do que, por vezes, julgamos e que, acima de tudo, são muito intuitivas, pelo que se apercebem que alguma coisa mudou, que há algum assunto no ar (que já agora convém que não seja tabu ou cercado de fantasmas), ainda antes de serem informadas.
- Como é que achas que a F. vai reagir? A F. vai sentir-se muito, não achas? 
Não faço ideia. Espero que não. Não tenho uma bola de cristal, mas estaremos atentos e disponíveis para a ajudar a lidar com a nova realidade familiar. Provavelmente, a mudança irá ser sentida e, se ela conseguir demonstrar as suas possíveis dificuldades, óptimo, porque será mais fácil ajudá-la a utrapassá-las.
Ao longo da gravidez, ela já teve alguns comportamentos regressivos, sendo que o que subsiste (os outros foram sendo ultrapassados) é o fazer de conta que é um bebé, imitando comportamentos e linguagem. Como sei que estes comportamentos são expectáveis, e ultrapassáveis, não faço disso um drama, ao contrário de alguns elementos da família, que fica preocupados e incomodados. Não consigo convencê-los que o melhor que podemos fazer por ela é não dar importância ao facto, permanecendo tranquilos e carinhosos, reforçando os comportamentos mais "adaptados", crescidos, dela sem "denegrir" os regressivos. 
Neste momento, sinto-me tranquila, e até posso estar a ser ingénua, mas acho que vamos conseguir ajudá-la a ultrapassar esta mudança, e que ela irá continuar a sentir-se tão amada e especial como acho que temos conseguido até à data.
Além das dicas que havia avançado, e confesso que não estou a seguir todas, há um momento de interacção entre a F., os pais e os bebés delicioso: todas as noites, antes de irmos dormir, a F. e o pai ajudam a espalhar creme na barriga da mãe e falam com os bebés. A F. vai dizendo que vai ajudar nos seus cuidados. De resto, actualmente, a sua actividade favorita é cuidar dos nenucos gémeos que tem no quarto, enquanto vai avançando que ela é que é a mamã.

Este foi um momento Limetree, um momento para reflectir e recordar...

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2 comentários:

  1. Susana,
    Acho que a chegada de um irmão é sem dúvida um acontecimento marcante, não necessariamente traumático mas uma mudança gigantesca na vida de uma criança que recebe a toda a hora a atenção toda só para si...Claro que (como tu dizes)é uma coisa positiva, se não ninguém tinha mais do que 1 filho.
    Desde que estive gravida do Filipe até hoje, a pergunta que mais me fazem é: Então e os ciumes? Os ciumes tem dias, uns dias mais outros menos, num minuto é o melhor amigo do mano e enche-o de mimos e no outro a seguir diz que não gosta dele e tira-lhe os brinquedos. Acho que é normal e fico feliz que o Francisco exteriorize aquilo que sente. Quando estou só com Francisco tento dar-lhe atenção a dobrar já que tantas vezes que estamos os 3 não posso brincar com ele, por vezes nem ouvi-lo, ou porque estou a mudar uma fralda ou porque estou a adormecer o bebe ou porque estou a dar de mamar (as tarefas normais de recém mamã). Na minha opinião isso é o mais importante, é darmos toda a atenção ao irmão mais velho sempre podemos.
    Também acho que não é um bicho de 7 cabeças e que não vale a pena dar demasiada importância ao assunto, mas acho que como tu dizes é necessário a seu tempo estar atenta aos sinais que surjam e tentar sempre tranquilizar o irmão mais velho dizendo-lhe o quanto gostamos dele etc.
    Quanto ao facto de toda a gente parecer ter uma opinião sobre o que é melhor para a F. acho que é normal que isso aconteça e quando os bebes nascerem ainda te vão bombardear mais com perguntas e sugestões...o melhor é filtrar e guardar só as melhores sugestões (podem vir a ser úteis), não leves a mal o que te dizem porque no fundo só querem o melhor para a F., pais e novos bebes.
    Acho muito bom que a F. participe a pôr o creme, eles adoram ajudar-nos a tomar conta dos bebes, percebem o quanto é importante ser o irmão mais velho :)
    Espero q continue a correr tudo bem e de certeza que a F. vai vai ser uma ótima mana mais velha :)

    inês assis

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  2. Olá, Inês!
    Não levo a mal o que me dizem, especialmente quando são sugestões/opiniões e não estou a referir-me à troca de ideias que tenho tido com algumas pessoas. Apenas acho que o tema está muito empolado e faz-me uma certa confusão o olhar apreensivo, quase angustiado, e algumas das perguntas que são feitas. Concordo com a tua opinião: o mais importante é reservarmos alguns momentos de qualidade com o irmão mais velho, dar-lhe a nossa atenção e compreensão, assim como envolve-lo o mais possível nas actividades inerentes à rotina de se ter um recém-nascido em casa. Obrigada pelo comentário e pelos desejos e, já agora, boas entradas e um Feliz 2013 ;)!.

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