sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Gravidez da Francisca

Neste mundo, da blogosfera, os relatos das gravidezes são, quase sempre, cor-de-rosa e as imagens são semelhantes às das revistas, em que as mulheres aparecem com um sorriso de orelha-a-orelha, felizes e serenas. A minha gravidez também foi vivida, a maior parte do tempo, com um sorriso de orelha-a-orelha, mas também existiram angústias, preocupações e alguns imprevistos. Para começar, estava tão entusiasmada com a notícia que contei a toda a gente apenas com o resultado do teste de sangue na mão. Depois, quando fui à minha ginecologista, levei uma descompostura porque "até às 12 semanas nunca se sabe". A primeira ecografia também não foi o que eu esperava. A minha ginecologista de então (depois desta primeira experiência, troquei de médica, o que veio a revelar-se uma excelente decisão) resolveu fazer a ecografia por cima da barriga e, quando eu vi o saco vazio, o meu coração parou. Perguntei: - "Está vazio, não está, Drª?". Em vez de ser tranquilizada pela médica (afinal, estava apenas com seis semanas e não era suposto ver-se o embrião), esta ordenou-me que fosse despejar a bexiga e regressasse para fazermos outra ecografia (transvaginal). Escusado será dizer que fiquei uma pilha de nervos e só sosseguei quando, finalmente, vi que existia um embrião, ainda com ar de girino, dentro do saco. Saí cá para fora com o coração ainda apertado, a viver um turbilhão de emoções, e ainda com as palavras da médica sobre as doze semanas e ecoarem na minha cabeça. Este discurso foi repetido por alguns familiares e amigos quando perguntavam com quantas semanas eu estava.* 
Depois de alguns telefonemas à minha irmã (que também estava grávida), a perguntar se as moinhas que ia sentindo eram normais, e os enjoos típicos do primeiro trimestre, a gravidez foi vivida com serenidade e satisfação.
Em relação ao género, o desejo de ter uma menina era tão grande, que convenci-me que era um menino, mesmo quando, na ecografia das doze semanas, previram que seria uma menina (não queria criar expectativas que poderiam sair defraudadas). Aos quatro meses, tivemos a confirmação e foi uma alegria indescritível (de referir que, se tivesse sido um rapaz, a notícia também teria sido bem recebida). 
Contudo, às trinta e duas semanas, inesperadamente, foi-me diagnosticada diabetes gestacional e o descanso acabou-se, entre picar-me quatro vezes ao dia, uma dieta muito rigorosa (que deixava-me esfomeada), o ecocardiograma (para despistar problemas cardíacos decorrentes da diabetes gestacional), as idas à internet (erro!!!) e, no final da gravidez, as ecografias e CTG's constantes, a preocupação com o que aquele diagnóstico representava assaltou muitos dos meus pensamentos. Depois, às trinta e oito semanas, a minha nova ginecologista, que foi um dos meus grandes suportes durante a gravidez, teve de ausentar-se do país e fiquei entregue aos cuidados de outra médica (que revelou-se igualmente competente e atenciosa), onde fui informada que seria necessário avançar para uma cesariana (a minha ginecologista já previa, mas resolveu aguardar para dar-me a notícia). Foi mais um imprevisto, que tive de encaixar, mas não havia alternativa - a F. não tinha espaço para encaixar (incompetência feto-pélvica). 
Resumindo, não foi aquela gravidez serena e em constante estado de graça que aprendi a esperar dos relatos de outras grávidas e das páginas das revistas, mas foi como a vida é naturalmente: existiram momentos de muita alegria, algumas surpresas, ansiedades e serenidades, num momento de grande transformação, que representa um turbilhão de emoções para a maioria de nós...


Nota para as grávidas: é verdade que a partir das doze semanas os riscos diminuem consideravelmente, mas isso não quer dizer que não possam viver a vossa gravidez com entusiasmo e tranquilidade, expectáveis e desejáveis neste momento da vossa vida.


Este foi um momento Limetree, um momento para mais tarde recordar...

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